quinta-feira, 28 de junho de 2012

Observatorio antares

                                             VISITA AO OBSERVATORIO ANTARES
O Observatório Astronômico Antares  foi inaugurado por Augusto César Pereira Orrico em 25 de Setembro de 1971 na cidade de Feira de Santana, município que integra o Território de Identidade "Portal do Sertão". Posteriormente, em 28 de Agosto de 1992, foi incorporado à UEFS na condição de Unidade de Desenvolvimento Organizacional, ligada diretamente à administração superior (reitoria e vice-reitoria) da Universidade. Apesar de todas as dificuldades inerentes à uma instituição pública, o Observatório Astronômico Antares cumpriu e vem cumprindo ao longo dos 40 anos de funcionamento, seu papel no ensino, na pesquisa e na divulgação desta ciência, contribuindo desta forma para o avanço científico-cultural do Estado da Bahia.
  Através da história oral, conseguimos obter muitas informações referentes à criação do Observatório Astronômico Antares (OAA). Todos estes dados, foram coletados a partir das falas de um funcionário, que encontra-se na instituição desde quando o local era apenas um ‘campestre cheio de pedras’, como ele mesmos denomina. Este senhor atende por Francisco Roque de Jesus, porém é mais conhecido por todos como "Seu Roque".
        O engraçado e adorável senhor de puxado sotaque pernambucano, nascido em Petrolina no dia 10/10/1948, veio para Feira de Santana, Bahia, com apenas 10 anos de idade, quando uma irmã se casou com um feirense. A partir daí ele começou a construir sua história de vida na cidade do Portal do Sertão. Crescendo, foi trabalhando como ajudante de pedreiro, até que um dia se tornou pedreiro de fato. Por este motivo, que a história de vida de "Seu Roque" se cruza com a do Observatório Astronômico Antares.
Tudo começou quando o mesmo estava passando em uma manhã pela Rua da Barra, no Jardim Cruzeiro, para ir trabalhar em mais uma obra no bairro da Cidade Nova. Nesta, ele se deparou com um rapaz (Augusto César Pereira Orrico), andando de um lado para o outro no terreno. Curioso, ele foi até o jovem e perguntou o que seria construído naquela área, que outrora foi um campo de futebol.  O mesmo lhe disse que o mesmo seria um Observatório Astronômico e que estava precisando de um pedreiro.
"Seu Roque" então aproveitou e fez a sua propaganda, dizendo do seu oficio, e logo depois César Orrico lhe contratou e o mesmo começou assim a trabalhar na construção do OAA, consequentemente, alicerçar a sua trajetória de vida nesta instituição.  "Seu Roque" sabe de cada tijolinho que foi colocado aqui, como ele diz diariamente "Eu tenho o saber, num sabe? Mas muitas vezes me falta a memória por causa da idade, mas se a senhora me perguntar e eu me alembrar eu vou contando".
         Uma das várias coisas que ele relata é que a área que o OAA ocupa hoje, pertencia ao Estado, e que por intermédio da esposa do César Orrico, o então prefeito da cidade de Salvador, Sr. Antônio Carlos Magalhães, cedeu a propriedade para a edificação do que viria a se tornar um grande empreendimento científico.
O projeto foi colocado em prática e dentro de aproximadamente três anos, foi finalizado. Neste período, "Seu Roque" conta que durante o governo de Valdir Pires, estavam ocorrendo muitas invasões e conseqüentes desapropriações de terrenos, por este motivo, o mesmo costumava pernoitar muitas vezes na construção, tendo que acender uma fogueira para espantar os possíveis invasores e mostrar que o terreno já estava sendo ocupado para um fim específico.
Já pronto, o Observatório Antares, passou a fazer pesquisas e receber estudiosos de várias partes do mundo onde muitos pesquisadores de outros países contavam com a ajuda do Sr. Antônio Carlos Magalhães para realizar atividades no OAA.
Com os resultados de tais estudos, foram produzidas pequenas publicações e estas distribuídas por meio de postagem pelos Correios para as instituições ou pessoas interessadas em Astronomia. Do mesmo modo, também chegavam correspondências similares no OAA.
Todo o custeamento do OAA era feito não só pelo idealizador Augusto César Orrico, mas também por empresas que faziam doações a fim de reduzir os impostos pagos para o Governo. Seu Roque se lembrou de três fábricas que tinham este hábito: a antiga Tropical (fabrica de pneus, atual Pirelli), Phebo (indústria de sabão) e a Metrusa (produtora de Metal).
Depois de certo tempo, duas destas fábricas fecharam: Phebo e Metrusa. Posteriormente houve a venda da Tropical e a mudança de nome para Pirelli. Com tais fatos ocorridos, ficou cada vez mais difícil manter o Observatório Antares. Tudo isso veio a ocorrer na época do governo de Fernando Collor de Melo.
"Seu Roque" conta que a instituição chegou a parar de funcionar, certo período, de sua função original por falta de verba. Sendo assim, parte dela foi utilizada na época como posto de saúde.
Com tais acontecimentos, César Orrico pensou em fazer a doação de toda a estrutura e sua funcionalidade para a prefeitura de Feira de Santana; porém o Prefeito da época, conhecido pelos feirenses como "Colbert Pai", não aceitou a transferência de tutela, pois o mesmo acreditava que o município não tinha condições de sustentar um Observatório Astronômico e este não tinha utilidade dentro do âmbito do governo municipal.
Com a posição negativa desta instância, César Orrico então partiu para a esfera estadual e fez a proposta para a Secretaria de Educação do Estado da Bahia. Esta por sua vez aceitou e a partir da Resolução 02/92 do Conselho Administrativo da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), o Observatório Astronômico Antares passou a fazer parte da UEFS, como unidade Extra-Campus.
A partir da referida Resolução, passou-se a ter um ‘divisor de águas’ na história do OAA, pois ele viria a ser de fato, depois deste decreto, uma instituição pública. Com o decorrer dos anos, uma série de atividades e projetos foram sendo elaborados e ainda com o César Orrico na direção. Em 2006, depois de várias realizações, Augusto César Pereira Orrico resolve sair da instituição que criou, deixando assim todo um legado de história para Feira de Santana.
"Seu Roque" diz que sentiu muito a saída de seu parceiro, pois para ele, César Orrico era como um irmão e os dois estiveram juntos desde o começo de tudo.
Com o fim da direção de César Orrico, assumiu provisoriamente o cargo o Prof. Fábio Ribeiro, do Departamento de Física da UEFS, até que o Prof. Paulo Poppe terminasse seu estágio pós-doutorado no LNA/MCT (Laboratório Nacional de Astrofísica/Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação). Quando este último tomou posse, deu ao OAA uma nova caracterização e deu continuidade aos projetos que já existiam. Contudo, implatou outros, como a parte da exposição externa que foi inaugurada em 2009, denominado de Museu Antares de Ciência e Tecnologia (MACT).







































Nenhum comentário:

Postar um comentário